quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Canção do Enamorado

De todas que me apareceram
As que menos valeram
Eram as que pensei amar
Um tanto mais,
E assim se vai
Sem nada de mais,
Um tanto faz.

De todas as loucuras ungidas
As mais condenadas
Eram as mais lindas.
Que nascem e findam,
Assanham e dominam
Que parecem eternas
E então fogem de mim.

A medida mais larga (Depedida amarga)
A palavra ousada (Um “cheguei” sem risada)
A roupa usada (Talagada e água)
Uma rima pra mim (Uma sede sem fim)

Antes das minhas tréguas
Que antecederam a entrega
Houve uma briga ferrenha.
Que se tornaram tão feias,
Uns arranhões inda queimam,
O sangue inda ferve
Me arrancou a pele.

Hoje vejo a senda que me espera.
De abraços com o nada e sozinho
Vendo uma multidão ao lado
Eles aparecem sorrindo.
Escárnio pra mim é um hino
Que canto e desafino.
Sem medo de rir.

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