quarta-feira, 23 de abril de 2008

As coisas como são, ou a estranha mania de querer o impossível por Fábio Batalha

Dias desses, ao conversar com uma amiga, chegamos a conclusão que as pessoas imaginam suas relações fora do mundo real. A mania que todos tem, principalmente as mulheres, é claro (rs), de romantizar tudo é impressionante. Como se isso não fosse suficiente, ainda atribuem ao romantismo, doses cada vez mais cavalares de irrealidade.

Vejamos alguns casos mais corriqueiros:
Caso 1: O jantar a dois
O idílio
A cena mais comum imaginada pela turma é um jantar, na casa de um dos dois, onde o parceiro, e não a pessoa q esta “delirando”, cozinha para seu amado. Ele, ou ela, esta bem trajado (custo médio de R$200,00), usando um perfume da hora (varia mais ou menos entre R$150,00 reais), cozinhando um prato de preferência exótico (ai já se vão uns R$100,00 reais) e culminando numa noite, pasmem, sem sexo. Afinal, ele não esta com qualquer uma.

A realidade
O sujeito chega com um buquê suspeito, caso ele tenha irmã provavelmente ela mesma montou o troço, formado por flores compradas em uma funerária (é bem mais barato lá do que em floricultura), trajando uma indumentária C&A (nada contra a rede de lojas, mas q é mais barata q misters, isso é inegável). Já o perfume do sujeito não é dos piores, um kaiak que irá abandoná-lo em duas horas de uso (custo em média 60,00 e voce pode usar sem o peso na consciência de que gastou R$200,00), e com certeza vai chegar perguntando – O que tem pra comer amorzinho??? A criatura de Deus do sexo feminino vai cozinhar, é claro (bem mais barato que levar pra um restaurante, mesmo que seja um self-service). Ao fim do dos comensais, a música escolhida pelo casal já vai estar rolando no CD player, provavelmente Zezé de Camargo e Luciano (arghhhhhhh), cujo o CD tem o elevadíssimo custo de R$25,00 reais a unidade (que exploração). Em meio a este clima relaxante e de muito bom gosto, o sofá já vai estar devidamente amaciado e a mão boba correndo solta. O parceiro do sexo masculino, ávido por uma noite tórrida de “amor”, mostra tudo que aprendeu em suas extensas horas de estudo e leitura de revistinha de sacanagem. O resto vai depender da carência da parceira.

Moral da história: A realidade é bem mais barata ou, viver no mundo real não tem preço

Caso 2: Convivência a dois
O idílio
Os românticos plantonistas geralmente imaginam seu dia a dia com a pessoa amada de uma maneira tranqüila, peculiar mesmo. Afinal, quando se sonha, eliminamos os defeitinhos do parceiro nesta intrincada equação. Dormem sob lençóis macios e cheirosos, tomam banho juntos, fazem as refeições juntos e discutem assuntos agradáveis e se aconchegam no fim do dia para seu devido repouso, não sem antes manter suas obrigações matrimoniais diárias, é claro.

A realidade
No mundo real os defeitinhos são inevitáveis. Eles começam discretos, no inicio da relação, quando só mostramos as nossas incríveis virtudes ao parceiro. Ao cabo de 1 ano de relação e alguns meses de convivência começam os peidos embaixo do edredom, os odores horríveis no banheiro, os ruídos incompreensíveis a noite, a tampa da privada sempre levantada, os arrotos após o almoço e, é claro, não podia deixar de citar este, as saídas com os amigos, ou amigas, nos fins de semana.

Pois é meus caros, sonhar é bom porque é de graça.