quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Memória... Por Fábio Batalha

Hoje eu queria lembrar sua canção preferida...
Mas apesar de já tê-la ouvido eu não consigo me lembrar.
Tento sentir teu odor, mas esqueço o aroma que predomina.
Faço força pra ouvir o timbre de sua voz, mas a palavra escapa.
E nem ao menos seu filme favorito me vem a mente.

Seu prato mais saboroso que não lembro se já provei.
Seu esporte que talvez não joguei.
Seus ídolos que provavelmente não lembrarei se são os meus.
Seus amores que nunca amarei, ou talvez venha a amar, não sei.
Suas dores que não senti, ou senti?

Eu esqueço de tudo, e nem mesmo as coisas mais importantes escapam da voracidade deste esquecimento.
As únicas coisas que teimam em não se apagar é a sua imagem que insiste em refletir-se em minhas retinas até mesmo quando fecho os olhos e o que sinto por você.

Desespero... Por Fábio Batalha

Hoje o pai nosso de cada dia
Esta usado, esta perdido.
Quem dera eu, em meio ao fogo,
Estar tão perto a ver teu rosto

Quem sabe um dia, a ventania,
Traga de volta, ao meio dia
Sob uma chuva de tormentos,
alivio aos sofrimentos
que a mim pertenciam.

Eu sei, só há dúvidas
Eu sei, só há súplicas

Hoje quem passa e acha graça
Já não me dói nos nervos
Esqueci do medo que é medida
E a raiva a partida pro pesadelo.

Resta em mim a apatia
E neles um só desprezo.
Um grito sentido e sem poesia:
Eu não sou louco, também não bebo!

Eu sei, só há dúvidas
Eu sei, só há súplicas

Já não há solução pra curar o coração
Ninguém mais sente medo ao cruzar com o desespero
Vou singrar as constelações.