segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Rita - Fábio Alexandre Batalha

Quem disse que a Rita era de Cássia
Quem sabe a Rita era de Lourdes
Por que não dizer que a Rita era Gertrudes
Ou a Rita era da esquina, a Rita de Praga
Rita de Amsterdã, quem sabe Teerã
Pode haver uma Rita até em Nova Orleans

Ah, se de musica eu soubesse
Criaria uma rima tão linda
Entre a Rita e as flores do meu jardim

Mas como de nada entendo
E com palavras tropeço,
Faço da Rita em rima
Uma Rita só pra mim

A Perda - Fábio Alexandre Batalha

Não ocupo o tempo a cata do que se foi
Mesmo que me perturbe a ausência do que não sinto
Não procuro a prova dos terceiros que provam
Nem a prosa dos que nada provam
Lorotas
Mesmo que me obrigue à justiça falha
A memória escorre entre dedos sem que tentem agarrá-la
E mesmo assim se vai, sem garra
Pois a perda, se é que é perda
Até a perda me é rara
Pois se perde aquilo que nos pertence
Se não me pertence, não é meu
Se não é meu, não me bate o peito
Se não me bate o peito não me interessa, não há de ter valor.